O conceito da bioarquitetura tem ganhado enorme relevância nos últimos tempos. Pautado em um método que mistura a funcionalidade com a biodiversidade, ela tem garantido o seu espaço no coração das pessoas.
Isso pode ser compreendido pelo maior interesse das pessoas em aliar elementos naturais ao cotidiano, principalmente nas cidades maiores, onde o concreto se sobressai.
Estatisticamente, já está comprovado como a arquitetura desses grandes centros urbanos apresenta o que se chama de hostilidade, incentivando a separação entre as pessoas e dificultando o aproveitamento dos espaços.
É nesse sentido que a bioarquitetura aparece, oferecendo um simpático contraponto. Ela busca proporcionar conforto, funcionalidade e beleza às construções, de maneira harmônica com o ecossistema.
Mas, o conceito da bioarquitetura pode e deve ir muito além dos espaços públicos. É perfeitamente possível aproveitá-lo em suas casas, alcançando essa harmonia entre a natureza e o ambiente.
Vamos falar um pouco mais sobre como podemos ter isso?
O CONCEITO DA BIOARQUITETURA
Muita gente já aderiu à tendência de unir natureza e urbanização. Inclusive, isso já foi tema de diversos de nossos artigos aqui no blog, falando sobre conceitos de decoração que se aproveitam dessa rusticidade e de elementos naturais.
Um bom exemplo, é a Urban Jungle, estilo decorativo que se aproveita extraordinariamente de elementos da natureza, como as plantas, cerâmicas, madeira e pedras naturais, buscando criar ambientes que gerem uma conexão com a essência mais pura, vinda do natural, e que se torne um verdadeiro refúgio dentro do espaço urbanizado das cidades.
Essencialmente, o conceito da bioarquitetura não se distancia tanto dessa proposta de conectar natureza e cidade. Entretanto, enquanto as tendências decorativas apostam no uso de elementos para criar e recriar ambientes e sensações de absorção da natureza, na bioarquitetura isso já é pensado desde o momento da projeção do espaço.
Ou seja, desde quando o prédio, residência, área, está sendo planejada, já são inseridas as propostas básicas da arquitetura de “vida”, como o prefixo bio nos faz pensar.
A ideia é criar edificações que sejam vivas. Logo, que apresentem, em sua estrutura, o pensamento que otimize a utilização dos elementos que trazem e geram essa essência viva. Isso tudo, é claro, se conectando harmoniosamente com o espaço em que estão integrados.
CARACTERÍSTICAS DA BIOARQUITETURA
Por mais que esse seja um conceito bastante abrangente, por vezes nós temos contato com características da bioarquitetura em nosso cotidiano sem nem mesmo notarmos.
Um exemplo disso são os projetos arquitetônicos que visam o aproveitamento da luz natural. Muito além de ser pensado apenas para reduzir os custos com energia elétrica, a ideia da iluminação vinda da natureza é, em suma, uma união entre a sustentabilidade e biodiversidade.
Espaços com mais iluminação normalmente são mais vivos. Afinal, é possível, até mesmo, criar plantas nesses ambientes, já que elas terão essa alimentação vinda da luz do sol.
Além disso, ainda pensando em nosso exemplo, esse tipo de projeto também permite que se tenha um melhor aproveitamento do isolamento térmico do espaço.
Esse é outro ponto que pode ser alcançado, quando o projetista tem uma orientação clara no sentido da criação mais inteligente e sustentável. E, porque não dizer, na bioarquitetura.
O exemplo que demos ajuda a explicar qual é a proposta principal desse estilo de arquitura, mas também temos outras características que a tornam muito peculiar. São elas:
- O uso de materiais naturais;
- A preferência por fornecedores regionais;
- A mão de obra humanizada;
- O mínimo impacto ambiental;
- Incentivo à criação de sistemas integrados e cíclicos, como a captação de energia limpa e reaproveitamento de dejetos.
Arquitetura funcional
Vale a pena nos aprofundarmos em uma última característica, que tem tudo a ver com a proposta da bioarquitetura: funcionalidade.
Você deve ter compreendido que a premissa desse estilo é, justamente, a perfeita conexão entre o urbano e natureza, de modo que os elementos naturais e sustentáveis norteiam toda da criação. Isso, desde o projeto no papel.
Por isso, é essencial que as construções sejam inteligentes e funcionais, para ir além, apenas, do apelo estético.
Cabe ao arquiteto ser capaz de criar um ambiente essencialmente bonito, mas que traga algum tipo de vantagem natural ao ambiente.
A BIOARQUITETURA É UM MODELO ANTIGO
A proposta da criação arquitetônica que integre natureza e urbanização de forma harmoniosa vem da antiguidade.
Mesmo porque, há séculos atrás era infinitamente mais difícil domar a natureza para poder subjuga-la à criação humana.
Então, era comum que os projetos se aproveitassem de elementos naturais, até como uma forma de otimizar a criação. Por exemplo, utilizando aberturas em câmaras para permitir melhor circulação de ar ou passagens de luz que garantissem o crescimento de plantas e vegetais indoor.
Com o passar do tempo e o maior domínio de técnicas pelo homem, já não era mais tão necessário “aproveitar” a natureza e mantê-la a seu favor na arquitetura. Com isso, tivemos uma expansão das construções e uma multiplicação abundante de concreto e pedras por todo o mundo.
Agora, com a pauta da sustentabilidade cada vez mais em voga, indo além de uma tendência e se tornando, cada vez mais, uma necessidade para a garantia da nossa existência, a bioarquitetura ressurge como uma alternativa.
Aliás, uma alternativa inteligente, capaz de integrar a modernidade dos conceitos, a tecnologia da construção civil e a integração de elementos, com aquilo que há de mais natural no mundo.
